Visita de Angel de Merkel responde ao crescimento económico de Angola. Angop

A visita que a chanceler alemã, Angel Merkel (Na Foto), efectuará no próximo mês de Julho à Angola é indicador de que o País “começa a ser visto de outra forma na arena internacional”, devido ao seu contínuo crescimento económico dos últimos anos.

A opinião foi manifestada hoje, terça-feira, pelo académico angolano e especialista em relações internacionais, Francisco da Cruz, durante entrevista à Angop em que abordou o alcance da visita de Angela Merkel, prevista para os dias 13 e 14 de Julho.

Segundo Francisco da Cruz, esta “nova forma de ver Angola” pela comunidade internacional é consequência da situação de paz, estabilidade política e social que o país vive que, por sua vez, proporciona a elevação dos seus índices económicos.

Depois do fim da guerra em 2002, a economia angolana, segundo instituições e publicações internacionais especializadas, cresce ininterruptamente. Em 2010, a revista britânica Economist, citada pela voz da América, considerou Angola como o país do mundo que mais cresceu economicamente nos últimos 10 anos.

Na lista da Economist, Angola aparece no topo da tabela com um crescimento entre 2001 e 2010 de 11,1 por cento, superior à China que registou no mesmo período um crescimento de 10,5 por cento.

Com a visita de Merkel, afirmou Francisco da Cruz, Angola tem mais uma oportunidade de “estabelecer parcerias estratégicas” com a maior potência económica da Europa, o que pode contribuir para a manutenção da actual tendência de crescimento da sua economia.

No outro pólo, prosseguiu o académico angolano, a visita da chanceler serve para aquele país europeu “expandir a sua influência no continente africano, e em Angola em particular”.

Para a fonte, a presença da chefe do executivo alemão será aproveitada pelos dois lados para criar mecanismos que facilitem as deslocações das comitivas empresariais de ambos os países, através de um serviço rápido de concessão de vistos de trabalho.

Francisco da Cruz justificou a sua afirmação devido a informações de que dispõe, segundo as quais, “recentemente várias representações diplomáticas em Angola apresentaram ao ministério das Relações Exteriores protestos sobre a questão de concessão de vistos de entrada no pais aos seus empresários.

A primeira visita de um chefe do executivo alemão foi anunciada por Jorg Wermer Marquardi, embaixador germânico em Angola, no passado mês de Maio, à saída da audiência que lhe foi concedida pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chicoty.

Na ocasião, Jorg Wermer Marquardi deu a conhecer que durante a visita seriam rubricados dois diplomas, nomeadamente um Memorando de Entendimento sobre a Parceria Estratégica e um acordo cultural.

O diplomata também anunciara que a visita de Angela Merkel seria antecedida de um encontro de empresários angolanos e alemães, com objectivo de reforçar, cada vez mais, a cooperação no domínio comercial.

Em 2009, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, efectuou uma visita de estado à Alemanha, convite do seu homólogo, Horst Kohler, durante a qual manteve contactos com a chanceler, Ângela Merkel.

Eduardo dos Santos disse na ocasião que a cooperação entre os dois países “seria especialmente bem-vinda em áreas específicas como o sector mineiro e energético, a mecanização agrícola, a manutenção de equipamento, o reforço institucional, os serviços de engenharia, a formação de quadros e investigação científica, entre outros".

No final dessa visita foi rubricado o “Memorando de Entendimento sobre uma parceria estratégica para a ampliação e o aprofundamento da cooperação económica entre os dois países”.

28 Jun 2011
Fonte:Angop